Yevonde Cumbers Middleton, mais conhecida por Madame Yevonde,
nasceu em 1893, em Inglaterra. O seu pai, um fabricante de tintas de
impressão, teve o prazer em iniciar a sua filha no fascinante mundo da
cor. A sua família incutiu na jovem a independência que lhe era
característica e desenvolveu uma personalidade muito forte e
determinante em construir o seu próprio caminho. Yevonde não tinha a
intenção de passar os seus dias numa sucessão de danças e grupos de
teatro até que um marido apropriado reparasse nela.
Madame Yevonde
Apesar
de na sua adolescência ter descoberto o movimento sufragista, Yevonde
preferiu dedicar o seu tempo livre a traçar os seus projectos. Contudo,
Yevonde foi uma acérrima defensora dos direitos das mulheres ao longo de
toda a sua vida. Este movimento foi, sem dúvida, uma força motivadora
da sua carreira, levando-a mais tarde a explorar os diversos aspectos da
sexualidade feminina e o seu papel na sociedade.
A
escolha da sua profissão foi puramente um feliz acaso. Yevonde
respondeu a um anúncio para assistente de um conhecido fotógrafo. Apesar
de não ter aceitado a oferta, agora ela sabia exactamente o que queria
fazer para o resto de sua vida e que lhe proporcionaria a sua
independência: a fotografia.
Antes de iniciar a sua carreira nos anos 20, trabalhou no atelier de Lallie Charles, a maior society photographer
inglesa da época. O modelo eduardiano de Lallie e a escolha de homens e
mulheres como tema principal foi, sem dúvida, uma grande influência no
trabalho de Yevonde. Mas, aos poucos, ela iria procurar o seu próprio
estilo. A fotografia de estilo vitoriano/ eduardiano dava lugar a uma
tendência irreverente e inesperada que surgiu no período entre as duas
Grandes Guerras.
Acima
de tudo, Madame Yevonde inovou a fotografia a cores. Nos anos 30, a
fotografia colorida já existia, mas era tecnicamente muito intrincada e
considerada vulgar; só os anúncios publicitários utilizavam fotografias a
cores. Para além de Yevonde, o único fotógrafo que se dedicou à
fotografia em cores, na mesma época e de forma artística, foi o Paul
Outerbridge. Mas Yevonde ia mais longe. Ela utilizava o processo Vivex e
filtros para que cor “explodisse” nas suas fotografias. Algo inédito
para a época.
Madame Yevonde falece em Dezembro de 1975.
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